segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Musica sobre tecnologia (Autor Mardilson)

Revolução, revolução, revolução

é a revolução tecnologica e veio com suas logicas

pra facilitar e colaborar,se comunicar com todos

nos quatros cantos do mundo, rompendo barreiras e paradigmas...

Revolução, revolução, revolução

É a revolução multimidia com seus aparatos

sinais de videos, audio, dados, e tudo de forma simultanea.

Não preciso mais sair de casa pra me divertir,

pois a maquina me proporciona tudo isso e muito mais.

Revolução, revolução, revolução

É a era digital que chegou para ficar,

não preciso mais sair de casa pra estudar,

pois no cyberespaço estão minhas aulas pra me aperfeiçoar

e não preciso ir mais ao campus ficar confinado

entre quatro paredes so ouvindo blá, blá,blá.....

domingo, 23 de agosto de 2009



A Arte tem um papel fundamental em nossas vidas e está presente em tudo. Foi a primeira forma de comunicação visual artistica no periodo pre historico, onde os primitivos usavam os desenhos nas cavernas para manifestar suas emoções, seus anseios, seu cotidiano, rituais, adoração.

Em um certo perido, a arte sempre foi tachada como uma disciplina insigninificante pois os metodos ate então usados e por falta de qualificação por parte dos docentes que usavam muito a recreiação e acredito que pelo momento atual de ditadura militar, onde era exaltado um civismo exacerbado, um patriotismo que era implantado por governos militares que eram capachos das potencias norte americanas. no entanto, os artistas não podiam se manifestar contra o governo e as politicas educacionais sempre foram voltadas para aquele contexto.Me recordo de auguns musicos da epoca como Caetano Veloso, gilberto Gil, entre outros que tiveram que se exilar porque não aceitavam a politica imposta e não podiam se manifestar, pois tinha uma censura rigida da parte dos militares

A disciplina educação artistica era usada como forma de entretenimento, sempre copiando modelos ja prontos. E hoje apesar de alguns avanços, ainda é discrimanada até por professores de outras disciplinas. Mas com a nova politica educacional que requer a formação e qualificação do mediador par melhor desempenhar suas funções, respeitando as diversidades de um País tão rico culturalmente como o Brasil, com essa divisão de classes, muitos sem nada e poucos com muito.E com esse grande parceiro que são as tecnologias, que vieram para inovar mudando alguns metodos arcaicos a chamada era da informatica com seus recursos didaticos e metodo de aprender diferente e com mais responsabilidade sem termos que ficar enfileirados entre quatro paredes em forma de fila so absorvendo e ouvindo o professor ditar as regras.

Hoje já vivemos uma outra realidade , é claro que lutamos para que as tecnologias alcance os mais longicuos confins e que nesses confins também tenham uma educação de qualidade que tanto sonhamos.

E a arte está empregnada em nossas vidas, tudo que é criado ou inventado é uma arte, desde os esboços para se construir uma casa, uma coriografia que um bailarino usa marcando no papel seu croqui, etc.

Tecnologias na Educação

Por quê o Computador na Educação?
José Armando Valente*
Introdução
Foi dito no capítulo anterior que o computador está propiciando uma verdadeira revolução no
processo de ensino-aprendizagem. Uma das razões dessa revolução é o fato de ele ser capaz
de ensinar. Entretanto, o que transparece, é que a entrada dos computadores na educação tem
criado mais controvérsias e confusões do que auxiliado a resolução dos problemas da
educação. Por exemplo, o advento do computador na educação provocou o questionamento
dos métodos e da prática educacional. Também provocou insegurança em alguns professores
menos informados que receiam e refutam o uso do computador na sala de aula. Entre outras
coisas, esses professores pensam que serão substituídos pela máquina. Além disso, o custo
financeiro para implantar e manter laboratórios de computadores exige que os administradores
adicionem alguma verba ao já minguado orçamento da escola. Finalmente, os pais exigem o
uso do computador na escola, já que seus filhos, os futuros membros da sociedade do século
21, devem estar familiarizados com essa tecnologia.
Tendo em mente esse panorama, talvez um pouco exagerado mas, não impossível, as
perguntas mais comuns e naturais que se faz são: que benefícios serão conseguidos com a
introdução do computador na educação? ou, por quê usar o computador na educação? Existe
realmente algum benefício auferido ou é uma questão de modismo?
A posição defendida nesse capítulo é a de que o computador pode provocar uma mudança de
paradigma pedagógico. Como foi discutido no capítulo anterior, existem diferentes maneiras de
usar o computador na educação. Uma maneira é informatizando os métodos tradicionais de
instrução. Do ponto de vista pedagógico, esse seria o paradigma instrucionista. No entanto, o
computador pode enriquecer ambientes de aprendizagem onde o aluno, interagindo com os
objetos desse ambiente, tem chance de construir o seu conhecimento. Nesse caso, o
conhecimento não é passado para o aluno. O aluno não é mais instruído, ensinado, mas é o
construtor do seu próprio conhecimento. Esse é o paradigma construcionista onde a ênfase
está na aprendizagem ao invés de estar no ensino; na construção do conhecimento e não na
instrução.
Entretanto, a questão ainda é: como e por quê o computador pode provocar a mudança do
instrucionismo para o construcionismo? Será que o computador não está sendo usado como
uma grande panacéia educacional, como tantas outras soluções já adotadas? E tudo não
continuou exatamente como era? Quantas vezes essa mudança pedagógica já não foi
proposta?
As Visões Céticas e Otimistas da Informática em Educação
A introdução de uma nova tecnologia na sociedade provoca, naturalmente, uma das três
posições: ceticismo, indiferença ou otimismo. A posição dos indiferentes é realmente de
desinteresse ou apatia: eles aguardam a tendência que o curso da tecnologia pode tomar e aí,
então, se definem. Já, as visões cética e otimista, são mais interessantes para serem
discutidas. Elas nos permitem assumir uma posição mais crítica com relação aos novos
avanços tecnológicos. São essa duas visões que serão discutidas a seguir.
A Visão Cética
Os argumentos dos céticos assumem diversas formas. Um argumento bastante comum é a
pobreza do nosso sistema educacional: a escola não tem carteiras, não tem giz, não tem
merenda e o professor ganha uma miséria. Nessa pobreza, como falar em computador?
De fato a escola e o sistema educacional não têm recebido a atenção que merecem, não têm
recebido recursos financeiros e se encontram paupérrimos. No entanto, melhorar somente os
Por quê o Computador na Educação ? 2
aspectos físicos da escola não garante uma melhora no aspecto educacional. Valorizar o
salário do professor certamente contribui para uma melhora do aspecto educacional, como já
foi demonstrado com estudos realizados pela Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos
(1993). Entretanto, essa valorização salarial deve ser acompanhada de uma valorização da
educação como um todo. Isso significa que a escola deve dispor de todos os recursos
existentes na sociedade. Caso contrário a escola continuará obsoleta: a criança vive em um
mundo que se prepara para o século 21 e frequenta uma escola do século 18 (isso tanto a
nível de instalações físicas como de abordagem pedagógica). Segundo, a valorização salarial
não significa, necessariamente, que haverá uma mudança de paradigma pedagógico. Hoje, as
mudanças do sistema de produção e dos serviços, as mudanças tecnológicas e sociais exigem
um sujeito que saiba pensar, que seja crítico e que seja capaz de se adaptar às mudanças da
sociedade. Como está descrito no capítulo 14 desse livro, essas mudanças já estão ocorrendo
no sistema de produção e é um processo irreversível. Por isso, o aluno não pode mais ser visto
como um depósito que deve estocar os conteúdos transmitidos pelo professor. A informação
que está sendo transmitida certamente é obsoleta e essa postura passiva que é imposta ao
aluno não o prepara para viver nem na sociedade atual, quanto mais na sociedade do século
21. Portanto, a melhoria do aspecto físico da escola e do salário do professor deve ser
acompanhada de uma mudança pedagógica.
Um outro argumento utilizado contra o uso do computador na educação é a desumanização
que essa máquina pode provocar na educação. Esse argumento tem diversas vertentes. Uma
delas é a possibilidade do professor ser substituído pelo computador. Com isso se eliminaria o
contato do aluno com o professor e, portanto, o lado humano da educação. Esse receio é mais
evidente quando se adota o paradigma instrucionista. Nesse caso, tanto o professor quanto o
computador podem exercer a função de transmissores de fatos. Dependendo do professor, o
computador pode facilmente ser mais vantajoso. Assim, se o professor se colocar na posição
de somente passar informação para o aluno, ele certamente corre o risco de ser substituído. E
será. Existem aí vantagens econômicas que forçarão essa substituição.
Uma outra vertente desse argumento é o fato de a criança ter contato com uma máquina
racional, fria, e, portanto, desumana, propiciando com isso a formação de indivíduos
desumanos e robóticos. Os aficionados dos vídeo-jogos colaboram para que essa visão seja
cada vez mais disseminada. No entanto, o que acontece hoje com o computador ou mesmo
com o vídeo-jogo pode acontecer com outros artefatos como televisão, música, etc.Nesse
caso, o problema em si não está no artefato, mas no estilo de vida e na personalidade do
usuário desses artefatos. Segundo, o computador na educação não significa que o aluno vá
usá-lo 10 ou 12 horas por dia. Nas melhores condições ele usará o computador uma hora por
dia. Pensar que esse nível de exposição a algo considerado racional e frio, produzirá um ser
robótico e desumano é subestimar a capacidade do ser humano. É atribuir ao ser humano a
função de mero imitador da realidade que o cerca.
Outros argumentos usados pelos céticos estão relacionados à dificuldade de adaptação da
administração escolar, dos professores e dos pais à uma abordagem educacional que eles
mesmo não vivenciaram. Esse, certamente, é o maior desafio para a introdução do computador
na educação. Isso implica numa mudança de postura dos membros do sistema educacional e
na formação dos administradores e professores. Essas mudanças são causadoras de fobias,
incertezas e, portanto, de rejeição do desconhecido. Vencer essas barreiras certamente não
será fácil porém, se isso acontecer, teremos benefícios tanto de ordem pessoal quanto de
qualidade do trabalho educacional. Caso contrário, a escola continuará no século 18.
A Visão Otimista
Os entusiastas do uso do computador na educação apresentam outros argumentos. Esses
argumentos nem sempre são tão convincentes. O otimismo é gerado por razões pouco
fundamentadas, correndo o risco de provocar uma grande frustração, como já ocorreu com
tantas outras soluções que foram propostas para a educação. Sem entrar nos detalhes de cada
um dos argumentos, os mais comuns podem ser classificados como:
- Modismo: outros países (estados ou cidades) ou outras escolas dispõem do
computador na educação, portanto, nós também devemos adotar essa solução. Esse
Por quê o Computador na Educação ? 3
tipo de argumento é muito superficial e já foi causa de muitos erros implantados no
sistema educacional. Certamente, as experiências existentes devem ser utilizadas,
porém com muito senso crítico e não devem ser meramente copiadas.
- O computador fará parte da nossa vida, portanto a escola deve nos preparar para
lidarmos com essa tecnologia. Esse tipo de argumento tem provocado que muitas
escolas introduzam o computador como disciplina curricular. Com isso o aluno adquire
noções de computação: o que é um computador, como funciona, para que serve, etc.
No entanto, esse argumento é falacioso. Primeiro, computador na educação não
significa aprender sobre computadores, mas sim através de computadores. Segundo,
existem muitos artefatos que fazem parte da nossa vida cuja habilidade de manuseio
não foi adquirida na escola, por exemplo, o telefone, o rádio, a televisão. Somos
capazes de manuseá-los muito bem e essa habilidade não foi adquirida na escola
através de cursos sobre esses equipamentos. Por que o computador merece esse
destaque dentre as tecnologias, a ponto de ser considerado objeto de estudo na
escola? Se ele fará parte da nossa vida, como já ocorre, ele será simples,
descomplicado, de modo que o usaremos sem saber que estamos usando um
computador. Como ocorre com o telefone: usamos sem saber princípios de telefonia ou
como funciona o telefone. O interesse em estudar esses objetos tecnológicos na escola
deve ir além do simples fato de eles permearem a nossa vida.
- O computador é um meio didático: assim como temos o retroprojetor, o vídeo, etc,
devemos ter o computador. Nesse caso o computador é utilizado para demonstrar um
fenômeno ou um conceito, antes do fenômeno ou conceito ser passado ao aluno. De
fato, certas características do computador como capacidade de animação, facilidade de
simular fenômenos, contribuem para que ele seja facilmente usado na condição de
meio didático. No entanto, isso pode ser caracterizado como uma sub-utilização do
computador se pensarmos nos recursos que ele oferece como ferramenta de
aprendizagem.
- Motivar e despertar a curiosidade do aluno. A escola do século 18 não consegue
competir com a realidade do início do século 21 em que o aluno vive. É necessário
tornar essa escola mais motivadora e interessante. Entretanto, esse tipo de argumento
é preocupante e revela o descompasso pedagógico em que se encontra a escola
atualmente. Primeiro, é assustador pensar que necessitamos de algo como o
computador para tornar a escola mais motivadora e interessante. A escola deveria ser
interessante não pelo fato de possuir um artefato mas, pelo que acontece na escola em
termos de aprendizado e desenvolvimento intelectual, afetivo, cultural e social.
Segundo, o computador como agente motivador pressupõe que a escola, como um
todo, permaneça como ela é, que não haja mudança de paradigma ou de postura do
professor. Nesse caso, o computador mais parece um animal de zoológico que deve
ser visto, admirado, mas não tocado. O computador entra na escola como meio
didático ou como objeto que o aluno deve se familiarizar, mas sem alterar a ordem do
que acontece em sala de aula. O computador nunca é incorporado à prática
pedagógica. Ele serve somente para tornar um pouco mais interessante e "moderno" o
ambiente da escola do século 18.
- Desenvolver o raciocínio ou possibilitar situações de resolução de problemas. Essa
certamente é a razão mais nobre e irrefutável do uso do computador na educação.
Quem não quer promover o desenvolvimento do poder de pensamento do aluno? No
entanto, isso é fácil de ser falado e difícil de ser conseguido. Já foram propostas outras
soluções que prometiam esses resultados, e até hoje a escola contribui muito pouco
para o desenvolvimento do pensamento do aluno. Por exemplo, essa não é uma das
razões pelas quais ensinamos matemática na escola?
Por Quê se Ensina Matemática na Escola?
As razões pelas quais se ensina matemática na escola não são diferentes das razões pelas
quais se propõe o uso do computador na escola. De fato, Kline (1973) lista várias justificativas
que podem ser sintetizadas:
Por quê o Computador na Educação ? 4
- Transmitir fatos matemáticos. Os conceitos matemáticos têm sido acumulados desde
o ano 3.000 AC. Um indivíduo que se diz "escolarizado", necessariamente, deve
conhecer alguns desses fatos.
- Pré-requisito para o sucesso. Normalmente as profissões de maior destaque na
nossa sociedade requerem o conhecimento matemático. Se o aluno deseja o status
social que essas profissões propiciam, então é necessário "ser bom em matemática".
- Beleza intrínseca à estrutura matemática. Os matemáticos se encantam com a
estrutura matemática. O fato de um número mínimo de axiomas dar origem a um tipo
de geometria ou de teoria dos números é impressionante como estrutura lógica. Essa
beleza e o poder mental que a construção dessa estrutura exige deveria ser transmitida
aos alunos. A mesma satisfação que o matemático encontra em raciocinar e organizar
o seu pensamento, segundo essas estruturas matemáticas, o aluno deveria encontrar
em resolver um problema.
- Valores práticos. A matemática auxilia o homem a entender e dominar o mundo físico
e, até certo ponto, o mundo econômico e social. A descrição precisa do que acontece
ao nosso redor é feita em termos da matemática ou de um sistema simbólico que tem
características matemáticas.
- Treino da mente. Mais uma vez, a razão nobre e irrefutável ou seja, propiciar o
desenvolvimento disciplinado do raciocínio lógico-dedutivo. A própria origem da palavra
"matemática" significa a técnica (tica) de entender ou compreender (matema). Portanto,
fazer matemática exige, necessariamente, o desenvolvimento de habilidades ou
técnicas de pensamento ou raciocínio.
Entretanto, quando observamos o que acontece com o ensino de matemática na escola
notamos que o argumento nobre, o desenvolvimento do raciocínio lógico-dedutivo, não é o
subproduto mais comumente encontrado. Muito pelo contrário. Aprender matemática ou fazer
matemática é sinônimo de fobia, de aversão à escola e, em grande parte, responsável pela
repulsa ao aprender. Assim, o que foi introduzido no currículo como um assunto para propiciar
o contato com a lógica, com o processo de raciocínio e com o desenvolvimento do
pensamento, na verdade acaba sendo a causa de tantos problemas relacionados com o
aprender.
Será que o mesmo não pode ocorrer com o computador? Quem pode garantir que o que
acontece hoje com a matemática não acontecerá amanhã com o computador? Será que o
argumento que o computador na sala de aula propiciará o desenvolvimento do raciocínio não é
a mesma versão do que está acontecendo atualmente com o ensino de matemática? Não será
mais uma desculpa para introduzirmos essa tecnologia na escola sem obtermos os resultados
que nos propomos atingir? Antes de responder a essas questões, vale a pena entender um
pouco melhor o que acontece com o ensino de matemática na escola.
O desenvolvimento do raciocínio lógico-dedutivo e a apreciação da beleza da estrutura
matemática ocorre realmente com o matemático. Isso por que ele está fazendo matemática. E
quando o matemático faz matemática ele está criando, raciocinando, um processo que pode
ser caracterizado como:
"O matemático diz A, escreve B, pensa C, mas D é o que deveria ser. E D é de fato uma idéia
esplêndida que emerge do processo de organizar a confusão." (Kline, 1973;p. 58)
O processo de fazer matemática, ou seja, pensar, raciocinar, é fruto da imaginação, intuição,
"chutes" sensatos, tentativa e erro, uso de analogias, enganos e incertezas. A organização da
confusão significa que o matemático desenvolveu uma sequência lógica, passível de ser
comunicada ou colocada no papel. No entanto, o que o aluno faz quando faz matemática é
muito diferente do processo de organização da confusão mental. Ao contrário, o fato
matemático é passado ao aluno como algo consumado, pronto, que ele deve memorizar e ser
capaz de aplicar em outras situações que encontrar na vida.
Como isso nem sempre acontece, o aluno fracassa e, portanto, é o responsável pelo fracasso
da matemática. E essa culpa é somente do aluno. Não é da matemática, pois, mesmo sendo
muito difícil, ela tem que ser passada ao aluno. Não existe outra maneira. Nem é do professor,
já que este se esmera o máximo possível em passar o conceito matemático, adota a melhor
Por quê o Computador na Educação ? 5
didática possível, uma aula magnífica, tudo perfeito. Portanto, se o aluno não consegue aplicar
o conceito já visto na resolução de um problema então, a culpa é do aluno.
Entretanto, as razões pelas quais o aluno fracassa são diversas. Primeira, o fato de o aluno
não ter construído o conceito, mas esse ter sido passado ao aluno. Nesse caso não houve a
apropriação do conceito e sim a sua memorização. Segundo, mesmo que houvesse a
apropriação do conceito num determinado contexto, a aplicação desse conceito em um outro
contexto deve ser encarada como uma outra questão. A transferência do conhecimento não
ocorre automaticamente. Enquanto o conceito é frágil, ele deve ser reconstruído no outro
contexto ao invés de simplesmente reaplicado. Essa reconstrução tem a finalidade de
"encorpar" o conceito, de modo que esse possa ser usado na resolução de diferentes
problemas (Valente, 1993). Terceiro, o fato de o aluno não ter chance de adquirir o conceito
matemático está relacionado também com a própria matemática. Os conceitos matemáticos
são complicados, a notação matemática se tornou complexa, dificultando o pensamento
matemático e o exercício do raciocínio.
A complexidade da notação matemática tem feito com que o ensino da matemática seja
reduzido ao domínio da própria notação. A notação se tornou objeto de estudo. Com isso a
matemática deixa de exercitar o raciocínio para valorizar o ensino da notação que o
matemático usa para expressar o raciocínio. Assim, o aluno adquire técnicas de como resolver
uma equação do primeiro ou do segundo graus e nunca o processo de "fazer matemática", ou
seja, pensar sobre um problema, cuja solução pode ser expressa segundo uma equação
matemática e resolvida através da técnica de resolução de equações. Ao aluno só é fornecida
a segunda parte do processo. Isso porque, primeiro, é difícil o professor prever os problemas
que o aluno poderá encontrar na vida e, assim, usar esses problemas como objeto de estudo.
Isso faz com que o professor se limite à técnica, esperando que o aluno, no futuro, consiga
aplicar essas técnicas à solução dos problemas que encontrar. Segundo, mesmo quando
algum problema é utilizado, esse problema é "fabricado", no sentido de facilitar a explicação de
um determinado conceito. Quando o problema não advém do aluno, é difícil fazê-lo motivar-se
e interessar-se por um problema simulado que não lhe diz respeito.
A solução para evitar o ensino das técnicas matemáticas tem sido o uso de material
pedagógico. O aluno manuseia um material que propicia o desenvolvimento de conceitos
matemáticos. No entanto, esse tipo de atividade constitui a primeira parte do processo de fazer
matemática. A solução do problema proposto pelo material pedagógico nem sempre é
formalizada e expressa segundo a notação matemática. Sem essa formalização do conceito o
aluno não tem a chance de sintetizar suas idéias, colocá-las no papel, compará-la com outras
soluções, verificar sua validade, etc. Portanto, esse tipo de ensino também é incompleto. Ele
tem a vantagem de desenvolver o raciocínio, mas não o de expressar o raciocínio segundo
uma notação precisa e não ambígua.
É importante notar que o que ocorre com o ensino de matemática não é diferente do que
ocorre com o ensino de outras disciplinas. Por exemplo, a disciplina de Português também é
reduzida ao ensino de técnicas. Ensina-se gramática, análise léxica, sintática, etc, mas nunca a
expressão do pensamento segundo a língua Portuguesa. Isso somente aconteceu quando os
exames vestibulares passaram a enfatizar a comunicação do pensamento. Mesmo nesse caso,
essa comunicação foi reduzida à técnica: como fazer uma descrição, uma narração, ou um
conto. O conteúdo da comunicação é outra história!
O mesmo acontece com disciplinas que não fazem parte do currículo, como por exemplo a
Música. O aprendiz passa nove anos no conservatório adquirindo técnicas de domínio do
instrumento e da notação musical. Pouca ou nenhuma ênfase é dada ao processo de
composição de uma peça musical: a expressão de uma idéia segundo a notação musical.
Esses exemplos mostram que a razão pela qual o ensino ficou reduzido à aquisição de
técnicas também está relacionado com a complexidade das diferentes notações utilizadas para
representar o processo de pensamento. Isso não significa que as técnicas não tenham
importância no processo de aprendizagem, mas sim, que uma coisa não deve ser explorada
em detrimento da outra. Além disso, o ensino tradicional de matemática vê a técnica
desvinculada do conceito, enquanto que a compreensão da técnica só ocorre quando o aluno
compreender os conceitos matemáticos a que ela se refere.
Por quê o Computador na Educação ? 6
Portanto, a mudança do paradigma educacional deve ser acompanhado da introdução de
novas ferramentas que devem facilitar o processo de expressão do nosso pensamento. Esse é
um dos papéis do computador.
O Computador na Educação
Como foi descrito no capítulo anterior, o computador pode ser usado na educação como
máquina de ensinar ou como ferramenta. O uso do computador como máquina de ensinar
consiste na informatização dos métodos de ensino tradicionais. Do ponto de vista pedagógico
esse é o paradigma instrucionista. Alguém implementa no computador uma série de
informações, que devem ser passadas ao aluno na forma de um tutorial, exercício-e-prática ou
jogo. Entretanto, é muito comum encontrarmos essa abordagem sendo usada como uma
abordagem construtivista, ou seja, para propiciar a construção do conhecimento na "cabeça" do
aluno. Como se os conhecimentos fossem tijolos que devem ser justapostos e sobrepostos na
construção de uma parede. Nesse caso, o computador tem a finalidade de facilitar a construção
dessa "parede", fornecendo "tijolos" do tamanho mais adequado, em pequenas doses e de
acordo com a capacidade individual de cada aluno, como pode ser ilustrado pelo esquema
abaixo.
Embora, nesse caso o paradigma pedagógico ainda seja o instrucionista, esse uso do
computador tem sido caracterizado, erroneamente, como construtivista, no sentido piagetiano.
Piaget observou que a criança constrói a noção de certos conceitos porque ela interage com
objetos do ambiente onde ela vive. Essa interação propicia o desenvolvimento de esquemas
mentais e, portanto, o aprendizado. Entretanto, esse desenvolvimento é fruto do trabalho
mental da criança e não de um processo de ensino ou transmissão de informação, como se
essa informação fosse um "tijolo" que se agrega a outros, contribuindo para a construção de
uma noção maior.
Com o objetivo de evitar essa noção errônea sobre o uso do computador na educação, Papert
denominou de construcionista a abordagem pela qual o aprendiz constrói, através do
computador, o seu próprio conhecimento.
O Paradigma Construcionista
A construção do conhecimento através do computador tem sido denominada por Papert de
construcionismo (Papert, 1986). Ele usou esse termo para mostrar um outro nível de
construção do conhecimento: a construção do conhecimento que acontece quando o aluno
constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência ou um
programa de computador. Na noção de construcionismo de Papert existem duas idéias que
contribuem para que esse tipo de construção do conhecimento seja diferente do construtivismo
de Piaget. Primeiro, o aprendiz constrói alguma coisa ou seja, é o aprendizado através do
fazer, do "colocar a mão na massa". Segundo, o fato de o aprendiz estar construindo algo do
seu interesse e para o qual ele está bastante motivado. O envolvimento afetivo torna a
aprendizagem mais significativa.
Entretanto, na minha opinião, o que contribui para a diferença entre essas duas maneiras de
construir o conhecimento é a presença do computador — o fato de o aprendiz estar construindo
algo através do computador (computador como ferramenta). O uso do computador requer
certas ações que são bastante efetivas no processo de construção do conhecimento. Quando o
aprendiz está interagindo com o computador ele está manipulando conceitos e isso contribui
para o seu desenvolvimento mental. Ele está adquirindo conceitos da mesma maneira que ele
adquire conceitos quando interage com objetos do mundo, como observou Piaget. Papert
denominou esse tipo de aprendizado de "aprendizado piagetiano" (Papert, 1980).
No entanto, após mais de uma década de uso do Logo com alunos do 1º e 2º graus (ver os
demais artigos nesse livro) e na educação especial (Valente, 1991a), nós aprendemos por que
essa interação com o computador propicia um ambiente riquíssimo e bastante efetivo do ponto
de vista de construção do conhecimento. Para explicar o que acontece nessa interação com o
computador vou me concentrar, inicialmente, no aspecto gráfico do Logo. Em seguida, essa
idéias serão expandidas para outras modalidades de uso do computador como ferramenta .
Por quê o Computador na Educação ? 7
Quando o aluno usa o Logo gráfico para resolver um problema, sua interação com o
computador é mediada pela linguagem Logo, mais precisamente, por procedimentos definidos
através da linguagem Logo de programação. Essa interação é uma atividade que consiste de
uma ação de programar o computador ou de "ensinar" a Tartaruga a como produzir um gráfico
na tela. O desenvolvimento dos procedimentos se inicia com uma idéia de como resolver o
problema ou seja, como produzir um determinado gráfico na tela. Essa idéia é passada para a
Tartaruga na forma de uma sequência de comandos do Logo. Essa atividade pode ser vista
como o aluno agindo sobre o objeto "computador". Entretanto, essa ação implica na descrição
da solução do problema através dos comandos do Logo (procedimentos Logo).
O computador, por sua vez, realiza a execução desses procedimentos. A Tartaruga age de
acordo com cada comando, apresentando na tela um resultado na forma de um gráfico. O
aluno olha para a figura que está sendo construída na tela e para o produto final e faz uma
reflexão sobre essas informações.
Esse processo de reflexão pode produzir diversos níveis de abstração, os quais, de acordo
com Piaget (Piaget, 1977 e Mantoan, 1991), provocará alterações na estrutura mental do
aluno. O nível de abstração mais simples é a abstração empírica, que permite ao aluno extrair
informações do objeto ou das ações sobre o objeto, tais como a cor e a forma do objeto. A
abstração pseudo-empírica permite ao aprendiz deduzir algum conhecimento da sua ação ou
do objeto. A abstração reflexiva permite a projeção daquilo que é extraído de um nível mais
baixo para um nível cognitivo mais elevado ou a reorganização desse conhecimento em termos
de conhecimento prévio (abstração sobre as próprias idéias do aluno).
O processo de refletir sobre o resultado de um programa de computador pode acarretar uma
das seguintes ações alternativas: ou o aluno não modifica o seu procedimento porque as suas
idéias iniciais sobre a resolução daquele problema correspondem aos resultados apresentados
pelo computador, e, então, o problema está resolvido; ou depura o procedimento quando o
resultado é diferente da sua intenção original. A depuração pode ser em termos de alguma
convenção da linguagem Logo, sobre um conceito envolvido no problema em questão (o aluno
não sabe sobre ângulo), ou ainda sobre estratégias (o aluno não sabe como usar técnicas de
resolução de problemas).
A atividade de depuração é facilitada pela existência do programa do computador. Esse
programa é a descrição das idéias do aluno em termos de uma linguagem simples, precisa e
formal. Os comandos do Logo gráfico são fáceis de serem assimilados, pois são similares aos
termos que são usados no dia-a-dia. Isso minimiza a arbitrariedade das convenções da
linguagem e a dificuldade na expressão das idéias em termos dos comandos da linguagem. O
fato de a atividade de programação em Logo propiciar a descrição das idéias como subproduto
do processo de resolver um problema, não é encontrata em nenhuma outra atividade que
realizamos. No caso da interação com o computador, à medida que o aluno age sobre o objeto,
ele tem, como subproduto, a descrição das idéias que suportam suas ações. Além disso, existe
uma correspondência direta entre cada comando e o comportamento da Tartaruga. Essas
caraterísticas disponíveis no processo de programação facilitam a análise do programa de
modo que o aluno possa achar seus erros (bugs). O processo de achar e corrigir o erro
constitui uma oportunidade única para o aluno aprender sobre um determinado conceito
envolvido na solução do problema ou sobre estratégias de resolução de problemas. O aluno
pode também usar seu programa para relacionar com seu pensamento em um nível
metacognitivo. Ele pode analisar seu programa em termos de efetividade das idéias,
estratégias e estilo de resolução de problema. Nesse caso, o aluno começa a pensar sobre
suas próprias idéias (abstração reflexiva).
Entretanto, o processo de descrever, refletir e depurar não acontece simplesmente colocando o
aluno em frente ao computador. A interação aluno-computador precisa ser mediada por um
profissional que conhece Logo, tanto do ponto de vista computacional, quanto do pedagógico e
do psicológico. Esse é o papel do mediador no ambiente Logo. Além disso, o aluno como um
ser social, está inserido em um ambiente social que é constituído, localmente, pelo seus
colegas, e globalmente, pelos pais, amigos e mesmo a sua comunidade. O aluno pode usar
todos esses elementos sociais como fonte de idéias, de conhecimento ou de problemas a
serem resolvidos através do uso do computador.
Por quê o Computador na Educação ? 8
As ações que o aluno realiza na interação com o computador e os elementos sociais que
permeiam e suportam a sua interação com o computador estão mostrados no diagrama abaixo.
Construcionismo X Construtivismo
Por quê é necessário um outro termo para definir o tipo de aprendizado que acontece no
ambiente Logo ou, mais precisamente, com o Logo gráfico?
Uma das razões, como já foi mencionado anteriormente, é o fato de a interação aluno-objeto
ser mediada por uma linguagem de programação. Através dessa linguagem o aluno pode
descrever suas idéias, o computador pode executar essa descrição e o aluno pode depurar a
sua idéia original tanto em termos de conceitos quanto de estratégias. Essas características
adicionam uma outra dimensão à já conhecida interação com objetos que Piaget observou e
descreveu como fonte do processo de construção do conhecimento.
Uma outra razão é o fato de a interação aluno-computador ser mediada por um profissional que
conhece Logo - o mediador. No caso dos estudos de Piaget, a criança interagindo com um
objeto era observada por um experimentador cuja função era a de usar o método clínico para
entender, o melhor possível, as estruturas mentais da criança. O experimentador não é
professor e, portanto, ele não tem por objetivo prover ou facilitar a aprendizagem.Por outro
lado, no ambiente Logo, o mediador tem que entender as idéias do aluno e tem que intervir
apropriadamente na situação de modo a ser efetivo e contribuir para que o aluno compreenda
o problema em questão. Assim, a atuação do mediador vai além do uso do método clínico ou
da investigação sobre as estruturas mentais do aluno. O mediador tem que intervir e a questão
é: como? Esse tem sido o maior desafio dos profissionais que trabalham com o Logo.
Entretanto, o modelo que melhor descreve como o mediador deve atuar é fornecido por
Vygotsky. Segundo esse modelo o mediador é efetivo quando ele age dentro da Zona Proximal
de Desenvolvimento (ZPD), definida por Vygotsky como "a distância entre o nível de
desenvolvimento atual, determinado pela resolução de problema independente e o nível de
desenvolvimento potencial determinado através da resolução de problema sob auxílio do adulto
ou em colaboração com colegas mais capazes" (Vygotsky, 1978, p. 86). Isso significa que o
mediador no ambiente Logo pode usar o método clínico piagetiano ou, simplesmente, observar
o aluno para determinar o nível de desenvolvimento atual e o nível potencial de
desenvolvimento. Entretanto, para que a sua intervenção seja efetiva, ele deve trabalhar dentro
da ZPD. Se o mediador intervem no nível de desenvolvimento atual do aluno, o mediador está
"chovendo no molhado" — o aluno já sabe o que está sendo proposto pelo mediador. Se, atuar
além do nível potencial de desenvolvimento, o aluno não será capaz de entender o mediador.
Certamente, a teoria da ZPD, não prescreve nenhuma receita de como o mediador deve atuar
efetivamente no ambiente Logo. No entanto, ela mostra que o papel do mediador vai além do
uso do método clínico piagetiano: a atividade do mediador é mais pedagógica do que
psicológica (a de investigar a estrutura mental do aluno).
Finalmente, no ambiente Logo o aluno está inserido em um contexto social e não está isolado
da sua comunidade. Esse contexto social pode ser utilizado como fonte de suporte intelectual e
afetivo ou mesmo de problemas contextuais para serem resolvidos, como Paulo Freire sugere
(Freire, 1970). O aluno pode aprender com a comunidade bem como auxiliar a comunidade a
identificar problemas, resolvê-los e apresentar a solução para a comunidade. Essa é
abordagem que está sendo utilizada no Projeto Gênese, relativo ao uso do computador na
educação e em desenvolvimento na Secretaria de Educação do Município de São Paulo
(Valente, 1992; Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, 1992).
Assim, o suporte teórico para a atividade que acontece no ambiente Logo não advém somente
de Piaget. Outras teorias contribuem para explicar os outros níveis de interação e atividades
que acontecem nesse ambiente de aprendizagem. Certamente, o objetivo desse capítulo, não
é fazer uma análise teórica da interação aluno-computador no ambiente Logo mas sim, mostrar
que os diferentes níveis de interação e as respectivas contribuições para o desenvolvimento
intelectual do aluno vão além do construtivismo piagetiano. Entretanto, é importante lembrar
que dependendo do tipo de trabalho que é realizado no ambiente Logo uma ênfase maior é
colocada em uma ou em outra teoria. Por exemplo, em uma atividade de uso do Logo para
investigar o desenvolvimento intelectual da criança, o aspecto piagetiano é mais enfatizado. Já,
Por quê

sábado, 22 de agosto de 2009

Musicas de Gabriel " opensador"

GABRIEL O PENSADOR E ÁZ NESSE ASSUNTOEstudo Errado - Gabriel O PensadorEu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando espiando colando toda prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde Ou quem sabe aumentar minha mesada Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)Não. De mulher pelada A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)A rua é perigosa então eu vejo televisão(Tá lá mais um corpo estendido no chão) Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação - Ué não te ensinaram? - Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil Em vão, pouco interessantes, eu fico pu.. Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar Voltei louco pra contar:Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprovaDecorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!)Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente E sei que o estudo é uma coisa boa O problema é que sem motivação a gente enjoa O sistema bota um monte de abobrinha no programa Mas pra aprender a ser um ingonorante (...) Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste - O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...) Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não. A aula Matei a aula porque num dava Eu não agüentava mais E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh... Sujô (Hein?) O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar E me disseram que a escola era meu segundo lar E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano Não tenho outra saída Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida Discutindo e ensinando os problemas atuais E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais Com matérias das quais eles não lembram mais nada E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçadaRefrãoEncarem as crianças com mais seriedade Pois na escola é onde formamos nossa personalidade Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios Quem devia lucrar só é prejudicado Assim cês vão criar uma geração de revoltados Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...TEM OUTRAUma prostituta chamada Brasil se esqueceu de tomar a pílula, e a barriga cresceuUm bebê não estava nos planos dessa pobre meretriz de dezessete anosUm aborto era uma fortuna e ela sem dinheiro Teve que tentar fazer um aborto caseiroTomou remédio, tomou cachaça, tomou purgante Mas a gravidez era cada vez mais flagranteAquele filho era pior que uma lombrigaE ela pediu prum mendigo esmurrar sua barrigaE a cada chute que levava o moleque revidava lá de dentroAprendeu a ser um feto violento Um feto forte escapou da morte Não se sabe se foi muito azar ou muita sorteMais nove meses depois foi encontrado, com fome e com frio,Abandonado num terreno baldio Pátria que me pariu! Quem foi a pátria que me pariu!?A criança é a cara dos pais mais não tem pai nem mãeEntão qual é a cara da criança?A cara do perdão ou da vingança?Será a cara do desespero ou da esperança?Num futuro melhor, um emprego, um larSinal vermelho, não da tempo prá sonharVendendo bala, chiclete...Num fecha o vidro que eu num sou piveteEu não vou virar ladrão se você me der um leite, um pão, um vídeo game e uma televisãoUma chuteira e uma camisa do mengão Pra eu jogar na seleção, que nem o Ronaldinho Vou pra copa vou pra Europa...Coitadinho! Acorda moleque! Cê num tem futuro!Seu time não tem nada a perderE o jogo é duro! Você não tem defesa, então ataca!Pra não sair de maca Chega de bancar o babaca!Eu não aguento mais dar murro em ponta de facaE tudo o que eu tenho é uma faca na mãoAgora eu quero o queijo. Cade?To cansado de apanhar. Tá na hora de bater!Pátria que me pariu!Quem foi a pátria que me pariu!?Mostra tua cara, moleque! Devia tá na escola Mas tá cheirando cola, fumando um beckVendendo brizola e crack Nunca joga bola mais tá sempre no ataquePistola na mão, moleque sangue bomE melhor correr que lá vem o camburãoÉ matar ou morrer! São quatro contra um!Eu me rendo! Bum! Clá! Clá! Bum! Bum! Bum!Boi, boi, boi da cara preta pega essa criança com um tiro de escopetaCalibre doze na cara do Brasil Idade catorze estado civil mortoDemorou, mais a sua pátria mãe gentil conseguiu realizar o aborto.ESSA SEGUNDA É MAIS INTELIGENTE, PQ SE VC PRESTAR ATENÇAÕ VAI VER Q O TEMA EDUCAÇÃO TA MAIS SUBENTENDIDO DO Q A OUTRA, OU SEJA, VC TERA MAIS ASSUNTO, VAI PARECER MAIS INTELIGENTE MSM

FACE DA MORTE - Brasil Sem EducaçãoAí Ministro da Educação;O futuro da nação vai á escola só pela refeição;Que ás vezes não tem o suficiente pra repetir o prato;Que ás vezes não tem um arroz com feijão pra comer no barraco;Aí bate o sinal da merenda;Aquele moleque com fome agradece ao Estado, nem ta ligado;Sonegação no imposto de renda;Aí eu pergunto quem defenderá essas crianças esperanças;Que não foi á escola por causa do frio ou da chuva;Que não tem caderno, lápis, sapato nem blusa;Dificilmente você entende o nosso lado;O lado forte, o lado pobre, ao mesmo tempo fraco;Seu filho agasalhado, bem nutrido;Com chofer até a porta do colégio particular;Será que você consegue avaliar a situação dessa criança;Carente, faminta, machucada por dentro;Fora desiludida e ás vezes até sem família;E não são poucas as crianças marginalizadas;E o pior usadas para manter seu conforto;Luxo, esbanjamento, eu não agüento;As crianças os seus direitos são privados;Por vocês seus burocratas;Aí ministro, Brasil ta sem educação ano 2000, que nada;É hora da virada.(2x) Aí Ministro sou porta voz desse povo faminto;Meu povo sofre, sofre, se lembre bem disso;Aí Ministro sou porta voz desse povo faminto;Se é que sou bandido de educação eu preciso.Filhos de ricos, têm professores particulares;Laboratório de línguas, aulas de arte;Natação, ginástica e outros mais;Aquela ***** torna recursos áudios-visuais;Freqüentam essas escolas modelos;E o pobre três dias na fila não acha vaga pro seu filho;Que desespero;O moleque pobre de baixa renda;Não tem professor, incentivo, merenda;Que dó, é preciso investir melhor;O recurso do imposto de renda entenda;Que não tem dinheiro não tem ensino digno então;E você ainda diz que investe muito na educação;Que sonega a educação nega o direito de viver;Pode crer que eu não sou bobo;Cadê as faculdades para o povo;Onde estão as promessas mostradas pela Globo;Faculdade pública devia ser pública;Na verdade é freqüentada por playboys sem necessidade;A vantagem é que vem de escola particular;Com dinheiro pra pagar curso do pré-vestibular;E morrer de overdose de tanto cheirar;Pro pobre o estudo é tudo;Pros ricos desgraçados é um processo sofisticado;De recursos, frutos da sociedade desigual;Origem de todo o mal;Aí Ministro, Brasil ano 2000 **** que o pariu;Eu não entendo mais nada, é hora da virada.(2x) Aí Ministro sou porta voz desse povo faminto;Meu povo sofre, sofre, se lembre bem disso;Aí Ministro sou porta voz desse povo faminto;Se é que sou bandido de educação eu preciso.A escola é caduca, mal ensina, deseduca;Essa é a sina;Estamos sem beira nem beira;Á beira do ano 2000;Profissão de pobre é pegar em fuzil;9 milímetros, oitão ou então ser lixeiro;Gari, servente de pedreiro;Qualquer sem opção da linha de produção;Quando envelhece estraga, não serve mais pra nada;Não funciona como antes;Te mandam pro concerto no posto do INANPS;Com cento e trinta e seis reais de salário;Idoso, aposentado, inválido, ferrado;Mais um desempregado desgraçado como eu;Negar a educação é continuar com a escravidão;No Brasil sou mais um que foi oprimido;Com aquele salário de fome iludido;Preciso me alimentar pra poder estudar;Ou será que o Senhor Ministro da Fazenda;Arriscaria sobreviver um dia á base de merenda;Na sexta série do primeiro grau só aprendi o básico;Dos moleques que estudaram comigo poucos estão formados;A maioria desempregado, outros drogados;Alguns morreram, e outros angustiados se entregaram pro álcool;Eu aprendi na faculdade sou formado á base da verdade;Não inclua o meu diploma que consegui na escola da rua;Sou rapper de ideologia forte lutando pelo pobre;Enquanto minha voz não for calada;Aí Ministro Brasil ano 2000 que nada, é hora da virada.(2x) Aí Ministro sou porta voz desse povo faminto;Meu povo sofre, sofre, se lembre bem disso;Aí Ministro sou porta voz desse povo faminto;Se é que sou bandido de educação eu preciso.

Fazendo EscolaFace da MorteComposição: Aliado G, Mano Ed e DJ Viola e GOGA chama da liberdade se renova;Face da Morte, MPB um som á toda prova;Traz passo á passo, data á data a necessidade;De se conhecer e amar o Brasil de verdade;Crimes contra a humanidade, crimes de guerra;Cabeças expostas nas praças, o povo acoitado nas janelas;Choques, saques torturas;Levando ao caixão lacrado ou á loucura;Muitos morreram enxergando o futuro;Mesmo trancafiados em solitárias cercados pelos mais altos muros;É a chama da liberdade que está acesa, não no pavio;E sim no coração de cada camarada revolucionário do Brasil;Não só em Lampião, Mariguelo, Leomar, Oswaldão, Antonio Conselheiro;Inspirações de GOG sim rapper guerrilheiro;A chama da liberdade está acesa em você moleque;É você que aí de esquina carrega a PT;Está na hora de ir ao banheiro;E dar descarga nos maus pensamentos parceiro;O barraco é a trincheira, a inveja é a besteira;Olhe ao seu lado, a senhora chega ensangüentada;O médico diz não tem mais jeito, não tem mais leito;Olhar a criança catando lixo;Olha o abismo que separa o pobre e o rico;A liberdade não pode ser algemada;Deve sempre estar de mãos dadas com os homens de bem;Veja as fotos da felicidade que está estampada na Passeata dos Cem Mil;Sinta a força do rap nacional invadindo o Brasil;GOG, Aliado G, Mano Ed, Viola;Face da Morte idéia forte fazendo escola.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sou Mardilson Machado Torres, 34 anos estudante de Artes Visuais pela UNB-Universidade de Brasília, faço parte do pólo de Rio Branco-Ac. Tenho um casal de filhos (Madson e Maria Heloise) ele com 5 anos e ela com 3 anos de idade. Moro com meus pais, dois irmãos e um sobrinho no município de Bujari-Ac.